Cinco segredos de decoração do arquiteto Marcelo Rosenbaum


Marcelo Rosenbaum é cor, liberdade e bom humor

Guiado pela memória e pela intuição, o designer interpreta o gosto do cliente num mundo particular. Em seus projetos arejados e coloridos, imperam o brasileirismo, o resgate da cultura popular e as misturas
Por Marilena Dêgelo

Marcelo Rosenbaum
Livre de preconceitos, o designer paulista Marcelo Rosenbaum, 43 anos, arrisca-se sem medo em misturas ousadas para criar ambientes modernos e confortáveis. Ele pesquisa, vasculha a memória e resgata peças que marcaram épocas. De suas releituras, nascem projetos personalíssimos. “Sempre fui curioso. Aos 9 anos, entrava em todas as obras do bairro onde nasci, em Santo André”, diz. Hoje, ele mergulha nas raízes brasileiras deixadas de lado. “Gosto de reinventar e quero traduzir em design elementos das tradições e da cultura popular”, afirma.

Antes de escolher a profissão, influenciado pelo pai, que era advogado mas construía casas, Marcelo pensou em ser diplomata. De ascendência alemã-judia, italiana, portuguesa e russa, fez intercâmbio escolar na Alemanha. “Minha família negava as raízes alemãs, mas eu fui atrás.” No primeiro ano de arquitetura na Faculdade Belas Artes, ele desenvolveu o projeto de uma loja e não parou mais. No final dos anos 1980, tocava cinco obras de uma vez. “Veio o Plano Collor e voltei à Alemanha, onde trabalhei um ano com o designer Andreas Weber, que mudou minha visão de projeto e espaço”, diz.

Em vez de usar referências, passou a criar a partir de pesquisas e do entendimento do comportamento das pessoas. Premiado em 1999 pelo Museu da Casa Brasileira, ficou popular com o quadro Lar Doce Lar, lançado em 2006, no programa Caldeirão do Huck, na TV Globo. “Penso a arquitetura e o design como instrumentos de transformação. Quero atender às necessidades das pessoas de baixa renda para elevar a auto-estima delas, proporcionando conforto e qualidade de vida”, afirma o designer.

Conforto e personalidade

1. “Preocupo-me com a verdade do cliente. Se ele recebe bastante, a sala tem clima de festa. Se assiste muito à TV, ponho o aparelho no estar”
2. “Forrei uma sala de estantes porque o cliente era um intelectual e não tinha outro lugar para guardar livros. Ficou com a cara dele”
3. “A mistura de quadros com fotografias, arte popular e pinturas contemporâneas dá aconchego”
4. “Gosto de cortina de tecido leve, natural e transparente, como o voile, que só filtra a luz”
5. “A iluminação deve ser indireta. Quanto menos spots tiver no forro da sala, melhor”




"O segredo da decoração é fazer a pessoa sentir que foi ela mesma quem fez. Tudo é meio intuitivo no meu trabalho"

Ao gosto do freguês 
“Adoro mesa de jantar retangular com cabeceira para o patriarca da família. Mas o cliente e o espaço definem o formato do móvel”

“ Todas as soluções são para as necessidades contemporâneas, mas não dá para ser tudo igual. Cada um tem uma peça de uma época que o marcou”

“Acho incrível colocar um objeto de humor na casa (como o vaso em forma de revólver, sobre a mesa). Dá frescor e leveza ao ambiente"







Marcelo Rosenbaum é cor, liberdade e bom humor

Guiado pela memória e pela intuição, o designer interpreta o gosto do cliente num mundo particular. Em seus projetos arejados e coloridos, imperam o brasileirismo, o resgate da cultura popular e as misturas

Por Marilena Dêgelo

Marcelo Rosenbaum
Livre de preconceitos, o designer paulistaMarcelo Rosenbaum, 43 anos, arrisca-se sem medo em misturas ousadas para criar ambientes modernos e confortáveis. Ele pesquisa, vasculha a memória e resgata peças que marcaram épocas. De suas releituras, nascem projetos personalíssimos. “Sempre fui curioso. Aos 9 anos, entrava em todas as obras do bairro onde nasci, em Santo André”, diz. Hoje, ele mergulha nas raízes brasileiras deixadas de lado. “Gosto de reinventar e quero traduzir em design elementos das tradições e da cultura popular”, afirma.

Antes de escolher a profissão, influenciado pelo pai, que era advogado mas construía casas, Marcelo pensou em ser diplomata. De ascendência alemã-judia, italiana, portuguesa e russa, fez intercâmbio escolar na Alemanha. “Minha família negava as raízes alemãs, mas eu fui atrás.” No primeiro ano de arquitetura na Faculdade Belas Artes, ele desenvolveu o projeto de uma loja e não parou mais. No final dos anos 1980, tocava cinco obras de uma vez. “Veio o Plano Collor e voltei à Alemanha, onde trabalhei um ano com o designer Andreas Weber, que mudou minha visão de projeto e espaço”, diz.

Em vez de usar referências, passou a criar a partir de pesquisas e do entendimento do comportamento das pessoas. Premiado em 1999 pelo Museu da Casa Brasileira, ficou popular com o quadro Lar Doce Lar, lançado em 2006, no programa Caldeirão do Huck, na TV Globo. “Penso a arquitetura e o design como instrumentos de transformação. Quero atender às necessidades das pessoas de baixa renda para elevar a auto-estima delas, proporcionando conforto e qualidade de vida”, afirma o designer.

Conforto e personalidade

1. “Preocupo-me com a verdade do cliente. Se ele recebe bastante, a sala tem clima de festa. Se assiste muito à TV, ponho o aparelho no estar”
2. “Forrei uma sala de estantes porque o cliente era um intelectual e não tinha outro lugar para guardar livros. Ficou com a cara dele”
3. “A mistura de quadros com fotografias, arte popular e pinturas contemporâneas dá aconchego”
4. “Gosto de cortina de tecido leve, natural e transparente, como o voile, que só filtra a luz”
5. “A iluminação deve ser indireta. Quanto menos spots tiver no forro da sala, melhor”




"O segredo da decoração é fazer a pessoa sentir que foi ela mesma quem fez. Tudo é meio intuitivo no meu trabalho"

Ao gosto do freguês 
“Adoro mesa de jantar retangular com cabeceira para o patriarca da família. Mas o cliente e o espaço definem o formato do móvel”

“ Todas as soluções são para as necessidades contemporâneas, mas não dá para ser tudo igual. Cada um tem uma peça de uma época que o marcou”

“Acho incrível colocar um objeto de humor na casa (como o vaso em forma de revólver, sobre a mesa). Dá frescor e leveza ao ambiente" 

“Gosto dos revestimentos dos anos 1960, como as pastilhas de cerâmica, usadas em dois tons nos banheiros”

“A obra de arte inspira a vida para o belo. Sempre coloco algo decorativo na parede”
PRIMEIRA PAIXÃO Da primeira peça de design, Rosenbaum nunca esquece. Ainda estava na faculdade quando comprou a luminária Tizio, do designer alemão Richard Sapper, R$ 1.980, na La Lampe

MEU BRASIL “O design que crio é simples e visa ao conforto, como o da poltrona lançada pela Tok & Stok, uma releitura da ‘cadeira de área’, móvel popular brasileiro”


Manto multicolorido e personagens do maracatu,
de Pernambuco

Memória familiar no jogo de porcelana antigo


Beleza e fé, sem afetação
“Faço a casa despretensiosa e fresca – na escolha das cores e dos móveis e na disposição das peças nos cômodos”
“Amo papel de parede. Estou criando uma linha para a Bobinex com fragmentos da arquitetura paulistana”
“Sempre fui ligado ao belo. Meus pais valorizavam a decoração e traziam objetos de viagens, como faço agora, para usar ou me inspirar”
“Sou místico, de ter fé. Mas uso imagens de santos como elementos decorativos”

Sem medo da cor 
“A cor deixa a casa alegre e dá personalidade. Os tons vibrantes são essenciais para o alto-astral”
“Não faço nada em cima do muro. Se é para ser azul, pinto no tom mais forte, como o dos azulejos portugueses”
“Adoro cor-de-rosa. O amarelo é difícil de usar: só gosto do tom gema, quase laranja. Já o salmão me dá arrepio”


Almofada de Batman e Robin recuperada da infância